sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A Abertura do Canal de Panamá

Por James Tulloch
Maravilha do mundo moderno, o Canal do Panamá está completando 100 anos de idade. Saiba como ele foi construído através desta história em imagens.

Inaugurando as Américas (1/15)

Em 15 de agosto de 1914, o navio a vapor S.S. Ancon inaugurou oficialmente uma das maravilhas do mundo moderno: o Canal do Panamá, com 80 quilômetros de extensão, interligando os Oceanos Atlântico e Pacífico. Considerado um dos grandes feitos da engenharia de todos os tempos, o Canal anunciou os Estados Unidos como um poder preeminente nas Américas. A obra, inclusive, acabou custando menos do que o orçado. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)


Um atalho muito bem-vindo (2/15)

A nova rota poupava aos navios uma jornada de quatro semanas para contornar o tempestuoso Cabo Horn, no extremo sul da América do Sul. Navios que partiam de Nova York rumo a São Francisco eliminavam 12 mil quilômetros do seu trajeto, enquanto uma viagem do Equador para a Europa era encurtada em 8 mil quilômetros. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)


 

Um sonho dos Conquistadores (3/15)

O istmo do Panamá há muito atraía interesse como potencial rota comercial. Em 1534, Carlos I da Espanha ordenou que o governador da colônia estudasse a possibilidade de um canal próximo ao Rio Chagres. O governador reportou que a selva impenetrável, as chuvas torrenciais e o terreno pantanoso tornavam a tarefa impossível. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)
 
 
 

Repetindo a visão de Suez (4/15)

Em 1878, uma companhia francesa liderada pelo conde Ferdinand de Lesseps assegurou a concessão para um canal ao governo da Colômbia, que na época era a regente colonial do istmo do Panamá. Tendo concebido o Canal de Suez, De Lesseps estava convencido de que poderia aplicar no Panamá o mesmo conceito que utilizara no Egito – um canal no nível do mar. Ele rejeitou o plano alternativo do Barão de Lépinay, que previa a incorporação de eclusas, barragens e um lago artificial – todos os elementos que hoje integram o Canal do Panamá. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)
 
 
 

Terreno traiçoeiro (5/15)

O plano de Lesseps consistia em abrir à dinamite um canal através de colinas que se estendiam por 14 quilômetros – o Passo ou Estreito de Culebra – e depois cavar 100 metros para baixo até o nível do mar. A obra começou em 1880, porém as escavações e as chuvas torrenciais tornavam as encostas a pique sujeitas a deslizamentos que punham a perder meses de trabalho.

Quando transbordava, o Rio Chagres também causava estragos.Para piorar, os franceses jogavam o entulho das escavações perto demais do canteiro de obra, e, assim, o material retirado era frequentemente levado de novo para dentro do estreito durante as cheias periódicas do rio. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)
 
 
 

Indefesos diante da doença mortal (6/15)

Os franceses foram vencidos também pela febre amarela e pela malária endêmicas. Ninguém sabia que elas eram transmitidas por mosquitos. Tragicamente, os hospitais colocavam os pés dos leitos dentro de tigelas com água, o que acabou fornecendo criadouros para as larvas dos mosquitos.

Pelo menos 22 mil pessoas morreram durante o período da construção pelos franceses, que terminou com a falência da construtora em 1889. Após nove anos de escavações, o Estreito de Culebra ainda estava 70 metros acima do nível do mar. De Lesseps caiu em desgraça, e a concessão do Canal acabou sendo vendida para os Estados Unidos por 40 milhões de dólares. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)
 
 

Diplomacia dos canhõe (7/15)

Os Estados Unidos fecharam um acordo com o governo colombiano para construir o Canal, mas o acordo foi rejeitado por magistrados colombianos que objetaram às condições financeiras dos americanos. O presidente Theodore Roosevelt reagiu apoiando o nascente movimento de independência panamenha e enviou canhoneiras para ambos os lados da proposta rota do canal, impedindo, assim, quaisquer tentativas de desembarque dos soldados colombianos.

O Panamá declarou a independência em 3 de novembro de 1903 e, a seguir, deu uma concessão perpétua aos Estados Unidos de uma faixa de 16 quilômetros de largura que atravessa o país. Em troca, o Panamá recebeu 10 milhões de dólares, um pagamento anual de 250 mil dólares e proteção militar. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)

 
 

Teddy Roosevelt no centro das atenções (8/15)

O presidente Roosevelt via o Canal do Panamá como um fator crítico para a supremacia naval e para os interesses econômicos dos Estados Unidos nas Américas, e tornou-se a força política propulsora por trás da construção do Canal.

Em 1906, ele se tornou o primeiro presidente em exercício a deixar o território continental norte-americano, quando visitou o Estreito de Culebra. “Esta é uma das maiores obras do mundo”, disse ele aos operários em um discurso improvisado. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)




O Canal do Panamá em retrospectiva (9/15)

As Américas não tinham tempo para o plano de De Lesseps de escavar um canal no nível do mar. Em vez disso, a Comissão do Canal do Istmo propôs um sistema de eclusas para elevar os navios e fazê-los passar sobre a Divisória Continental através de um lago artificial. Isso reduzia a necessidade de escavação requerida e eliminava o perigo de inundação pelo Rio Chagres. O primeiro engenheiro-chefe do projeto, John F. Stevens, calculou que o canal ficaria pronto em janeiro de 1914. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)



Domando o terreno (10/15)

Os americanos também dinamitaram o Estreito de Culebra. Porém, diferentemente dos franceses, eles viram que a chave para o sucesso era a ferrovia. Colocaram trilhos dentro do estreito, onde pás movidas a vapor enchiam os vagões com o entulho da escavação, e o trem transportava a carga de terra e rochas para descarregá-la mais além, em locais seguros ao longo da ferrovia. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)



As maiores eclusas do mundo (11/15)

As eclusas do Canal do Panamá, que erguem navios a uma altura equivalente a oito andares acima do nível do mar, foram as maiores já construídas e são o grande triunfo estrutural do Canal. Não é necessário bombear água, pois a gravidade leva a água através de túneis gigantescos até as câmaras das eclusas. Construídas ao longo de quatro anos, as eclusas foram a primeira grande estrutura feita em concreto. (Foto: Benjamin von Eckartsberg

 
 

Pessoas desalojadas, vilas submersas (12/15)

As eclusas tanto levam os navios do lago Gatun para outros pontos, quanto os levam de outros pontos para o lago Gatun, na época o maior lago artificial do mundo, criado para represar o Rio Chagres. Vastas extensões de floresta tropical foram submersas, e os habitantes da zona do Canal foram obrigados a se mudar por força dos termos do acordo firmado entre Estados Unidos e Panamá. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)

 Erradicação da doença (13/15)

Uma vantagem que os americanos tiveram sobre os franceses foi que eles sabiam que os mosquitos disseminavam doenças. Por isso, os trabalhadores espalharam óleo nas poças, drenaram os pântanos, retiraram a vegetação e fumigaram cada prédio na Cidade do Panamá e em Colón. Em 1906 o programa de erradicação do mosquito havia extinguido a febre amarela em todo o istmo e reduzido os casos de malária também. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)


O Canal do Panamá hoje (14/15)

Em 10 de outubro de 1913, o presidente Woodrow Wilson apertou um botão em Washington emitindo um sinal para desencadear uma carga explosiva que inundou o Estreito de Culebra, completando o canal. A obra custou aos Estados Unidos em torno de 5.600 vidas e 375 milhões de dólares (os franceses tinham gasto 300 milhões). No ano seguinte, o S.S. Ancon fez sua histórica viagem, sendo o primeiro das centenas de milhares de navios que cruzariam o Canal.

Desde 2000, o Canal está em poder do Panamá. Por ali transitam mais de 12 mil navios anualmente, representando em torno de 3% do comércio marítimo mundial (equivalente a 270 bilhões de dólares), que rendem para o país 1,8 bilhão em pedágio, segundo a seguradora marítima líder Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS). (Foto: Benjamin von Eckartsberg)


O Canal do Panamá amanhã (15/15)

O Canal está sendo expandido com um novo conjunto de eclusas previstas para serem finalizadas em 2015, mas que poderão ser adiadas até 2016 devido a uma recente ação industrial. As novas eclusas acomodarão navios com 72 metros a mais de comprimento e 17 metros mais largos que os atuais navios “Panamax”, embora a geração “New Panamax” não seja a dos maiores navios que singram os oceanos atualmente.

O plano de 5,2 bilhões de dólares é a maior expansão do Canal desde que o S.S. Ancon o cruzou em 1914. As novas eclusas irão acomodar mais 12 a 14 navios maiores por dia, duplicando sua capacidade. A AGCS calcula que o valor das mercadorias asseguradas transitando pelo Canal poderá aumentar em mais de 1 bilhão de dólares por dia. (Foto: Benjamin von Eckartsberg)

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Fonte: Allianz Sustentabilidade


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